Ana Paula Russo

Ana Paula Russo nasceu em Beja. Completou o Curso Superior de Canto do Conservatório Nacional, estudou em Salzburgo e Lucerna com Elisabeth Grümmer e H. Diez e trabalhou com Gino Becchi, C. Thiolass, Regine Resnick e Marimi del Pozo. Licenciou-se em Canto pela Escola Superior de Música de Lisboa.

Como solista, tem atuado em inúmeros concertos de Lied, Ópera e Oratória no nosso país e no estrangeiro. Destacam-se, nomeadamente, trabalhos para a Fundação Gulbenkian, RTP, RDP e Europália-91 (em Bruxelas), espetáculos no âmbito da Lisboa-94 / Capital Europeia da Cultura e a participação nos festivais de música dos Capuchos, Leiria, Estoril, Algarve, Póvoa de Varzim, Figueira da Foz e Internacional de Macau. Dos muitos concertos e recitais, destacam-se obras como O Livro dos Jardins Suspensos de A. Schönberg, Les Noces de Stravinsky, Les Illuminations de Britten, a Cantata Op. 29 de A. Webern, obras de A. Chagas Rosa, os Carmina Burana de C. Orff e as operetas Monsieur Choufleuri… e Bataclan de J. Offenbach.


Em 1988 obteve o 1.º Prémio de Canto no Concurso da Juventude Musical Portuguesa e no Concurso Olga Violante. No mesmo ano, em Barcelona, foi finalista no Concurso Tenor Viñas. Em 1990 foi laureada nos Concursos Internacionais de Oviedo e Luísa Todi. Em 1989 representou Portugal, através da RTP, no concurso Cardiff Singer of the World.

Gravou para CD uma coletânea de canções de Natal para canto e guitarra e um programa de peças musicais relacionadas com o Palácio da Ajuda. Em 1996 foi a soprano-solista das gravações para CD da obra Matutino dei Morti de J. D. Bomtempo. Em 1999 integrou o elenco que gravou para CD a ópera de M. Portugal Le Donne Cambiate, no papel de Condessa Ernesta.

No Festival de Macau de 1992 interpretou, com grande sucesso, o papel de Rosina em O barbeiro de Sevilha de Rossini. A sua carreira tem tido um relevo especial no âmbito da ópera e música cénica, podendo ser referidos os papéis de Oscar (O Baile de Máscaras), Marie (A Filha do Regimento), Ninette (O Amor das Três Laranjas), Musetta (La Bohème), Adele (O Morcego), Clorinda (La Cenerentola), Condessa Ernesta (As Damas Trocadas), Hanna (A Viúva Alegre), Najade (Ariadne auf Naxos), Cunegonde (Candide), Vespetta (Pimpinone), Eurydice (Orfeu nos Infernos), Rouxinol (na ópera homónima de Stravinsky) e The English Cat (Henze), entre muitos outros.

Em abril de 1998 integrou o elenco que fez a estreia mundial da ópera Os Dias Levantados de A. Pinho Vargas, gravada posteriormente em CD para a EMI.

Foi escolhida para desempenhar um dos papéis principais da ópera Corvo Branco de Philip Glass, levada à cena na Expo ’98 e no Teatro Real de Madrid e, em julho de 2001, no New York State Theatre (Lincoln Center – Nova Iorque).

Em 2004, no 10.º aniversário da morte do compositor, interpretou o soprano solista do Requiem de F. Lopes-Graça, versão recentemente editada em CD. Em 2006 lançou um CD com composições ibero-americanas para canto e guitarra com o título Melodia Sentimental. Em 2009 gravou um CD de árias e duetos dedicado ao repertório cantado pela cantora Luísa Todi. Gravou também em CD a Missa Grande de Marcos Portugal. Em 2011 participou na estreia mundial da ópera A Rainha Louca de Alexandre Delgado e, já em março de 2012, cantou na estreia moderna da ópera O Basculho de Chaminé de Marcos Portugal.

É professora de Canto na Escola de Música do Conservatório Nacional.