Invenção (2 guitarras) de J. Santos

Esta obra do Padre Joaquim Gonçalves dos Santos (1936-2008) Cabeceiras de Basto – foi composta no ano de 1986.

A sua primeira audição absoluta e estreia mundial foi realizada no Auditório Adelina Caravana, no Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Braga, no ano de 1986.

Copista: Sérgio Barbosa

Os intérpretes foram:

Carlos Carneiro – 1ª guitarra

Litó Godinho – 2ª guitarra

 

Abel - Carlos Carneiro e Litó Godinho - 1ª audição absoluta da obra Invenção de J. Santos - Braga 1986 - Cons. Calouste Gulbenkian de Braga - Auditório Adelina Caravana.
Carlos Carneiro e Litó Godinho - 1993

Joaquim dos Santos nasceu em Vilela, Cabeceiras de Basto, em 1936 e morreu em Moimenta, no mesmo concelho, em 2008.

No Seminário de Braga fez os Cursos de Humanidades, Filosofia e Teologia, e estudou música com o compositor Pe. Manuel Faria.

Em 1962 foi ordenado sacerdote, permanecendo no Seminário de Filosofia a leccionar música. Simultaneamente estudou no Conservatório de Música de Braga onde foi aluno de Luís Filipe Pires, Isabel Malaguerra e Rigaud de Sousa.

Em 1963 ingressou no Pontifício Instituto de Música Sacra em Roma onde terminou, com Magna cum laude probatus, a Licenza in Canto Gregoriano. Foi bolseiro do Instituto Italiano da Cultura e da Fundação Calouste Gulbenkian. Estudou com Ferrucio Vignanelli, Armando Renzi, Domenico Bartolucci, entre outros e concluiu o Curso de Direcção e Interpretação Polifónica no Conservatório de Santa Cecília. Foi organista na paróquia Bambino Gesù e criou um coro infantil que executava obras populares italianas com harmonizações suas. Leccionou, ainda, no Colégio S. Pietro.

Regressou em 1968 e dedicou-se, essencialmente, à Música Sacra, sobretudo na Arquidiocese de Braga, fundando, também, coros e grupos instrumentais. Participou, desde a fundação, na redacção da Nova Revista de Música Sacra. Foi professor de Canto Gregoriano, Órgão, Piano e Polifonia no Seminário Conciliar de Braga e de Composição, História da Música, Piano e Órgão no Instituto Superior de Teologia de Braga. Nas décadas de 70 e 80 empenhou-se na recolha e harmonização de canções populares da Região de Basto.

Foi docente na EB 2.3 de Cabeceiras de Basto, onde criou parte substancial da sua obra didáctica para a infância, e na ESE de Fafe.

Nos anos 90, escreveu algumas das obras mais importantes do seu catálogo. Passio et mors DNJC secundum Lucam é, porventura, a única obra de grande envergadura, neste género litúrgico, escrita no século XX por um compositor português.

Em 1999, foi agraciado com a medalha de Mérito Concelhio – grau ouro – do Município de Cabeceiras de Basto.

O encontro com Santo António dos Portugueses em Roma (IPSAR), na viragem do século, timbrou uma nova fase na carreira de Joaquim dos Santos. Aqui foram apresentadas muitas das suas obras em primeira audição. Em 2006, o IPSAR homenageia-o com o projecto discográfico Cantabo Domino in Vita Mea.

Paralelamente, em Portugal foi desafiado para novas composições. À Academia Valentim Moreira de Sá (Guimarães) foram confiadas várias apresentações em primeira audição, bem como à Universidade do Minho e à Universidade Católica (Braga).

Desde simples harmonizações de temas populares, cânticos para a liturgia, música para diversos complexos instrumentais, até à música coral e sinfónica, em obras coesas, perfeitamente unitárias e completas, consegue um estilo que acolhe, sem preconceitos nem discriminações, os contributos de diversas fases da história da música. Desde o gregoriano aos nossos dias, sem a falsidade da mera citação, mas também sem estéreis subjugações a escolas ou estilos rígidos. (cit. João Duque)